Idéias para o inverno: festival de sopas

Para comemorar o dia dos namorados, tive a idéia de preparar um jantar aqui em casa... nada muito formal ou complicado. Chamamos um casal de amigos e como estava bastante frio naqueles dias queria preparar uma comidinha acolhedora: sopa.

Mas como se tratava de uma comemoração, não poderia ser uma sopa qualquer. Daí veio a idéia de fazer um festival de sopas. Não tive dúvida: aproveitei o que tinha conseguido comprar de melhor na feira e em cima dos ingredientes montei o cardápio: sopa de carne seca com abóbora, sopa de batata com açafrão e (à pedido da Camilla) sopa de tomate. Tudo servido em pães italianos!

Com o cardápio definido, pus mãos à obra: descasquei, cozinhei e triturei... cansei... mas deu tudo certo!

E para acompanhar o Angelus Escolha Tinto 2006 da Bairrada, produzido pela vinicola Aliança.

Qual sopa ficou melhor? Três votos para a sopa de abóbora, contra 1 voto para a sopa de tomate. Todos concordaram que a sopa de batata ficou em segundo lugar.

Ah! Usamos clima frio como desculpa para abrirmos uma garrafa de Glühwein weiss que estava guardado há tempos aqui em casa (presente de nosso camarada alemão Oliver).

Encerramos o jantar um super fondue de chocolate...

Enfim, foi uma ótima noite de boa comida, bebida e excelente companhia!

Sopa de abóbora
Rendimento: 6 porções

1 abóbora japonesa
500g de charque
2 dentes de alho
1 cebola pera média
15ml de azeite extra virgem
120ml de creme de leite
sal, salsa fresca picada e pimenta do reino a gosto

Abóbora: descascar, retirar as sementes e cortar em pedaços grandes. Cozinhar em panela de pressão por 20 minutos (começar a contar o tempo quando pegar pressão). Retirar da panela e amassar a polpa com um garfo. Charque: dessalgar a carne de um dia para o outro. Picar em cubos médios e cozinhar até ficar macia. Usar a função pulsar do processador de alimentos rapidamente para desfiar a carne.
Em uma panela grande suar a cebola no azeite, juntar o alho e a carne. Adicionar a salsa, a polpa de abóbora e o creme de leite, cozinhar até obter textura adequada, ajustar os temperos e servir (sugestão: comprar pães italianos redondos e pequenos, retirar o miolo e servir a sopa dentro).

Festa Junina para a GE Volunteers

Há alguns dias recebi uma proposta para fazer uma festa junina para 60 funcionário da GE. O pessoal da comissão organizadora disse quanto havia de verba disponível e qual era o cardápio definido.

Aceitei o desafio e pus mãos à obra: comecei a trabalhar no domingo para estar com tudo pronto na sexta-feira. Fui a feira e comprei 40 espigas de milho. Com elas fiz 120 mini pamonhas. Levei mais de 6 horas para finalizar o preparo e as congelei.

Na segunda à noite, fiz 90 coxinhas e as congelei. Na terça fiz 220 croquetes que também foram congelados e pus o trigo para o quibe de molho.

Na quarta embalei individualmente 120 paçocas e pés de moleque enquanto assava o quibe assado e a torta de frango. Na quinta fiz 80 esfihas abertas, 4 litros de vinho quente, 60 salsichas no molho de tomate e 4 quilos de canjica.

Na sexta cheguei no local do evento às 07:45h e comecei a montagem da mesa. Contei com a ajuda da Natalia, membro da comissão organizadora. Ao meio dia iniciei o serviço. Tive dificuldade para aquecer a comida, uma vez que apenas dispunha de um forno microondas, mas ao final do almoço recebi muitos elogios e uma solicitação para fazer uma proposta para a comemoração do dia das bruxas.

 Canjica

 Rendimento: 12 porções

500g de milho para canjica demolhado

1 litro de leite

2 pedaços de canela em pau

1 lata de leite condensado

1/2 xícara de açúcar

100g de coco ralado

Canela em pó para polvilhar

Cozinhe a canjica, junto com a água que ficou de molho (2 dedos acima de seu nível por 3 horas na geladeira) na panela de pressão por 20 minutos, até ficar macia. Espere sair a pressão e retire a tampa. Volte ao fogo e deixe ferver para evaporar um pouco da água. Adicione o leite e a canela em pau e cozinhe por mais 10 minutos em fogo baixo. Acrescente o leite condensado, açúcar e o coco ralado. Cozinhe por mais 5 minutos até ficar cremoso, mas não deixe secar demais. Coloque em taças e sirva polvilhada com canela em pó.

Comidinhas para o Giovani Cuori - Parte 2

Outro dia fomos a uma instituição chamada Clamor Cavanis, fazer uma atividade com as crianças atendidas por esta entidade. Escolhemos um sábado, no período da manhã, para fazer um gostoso café-da-manhã e a exibição do filme Pinóquio.

No cardápio estavam inclusos cupcakes de chocolate e de baunilha, minisanduíches em formato de bombons nos sabores frango ao curry e salame, além de divertidas gelatinas com as cores da Itália.

Para beber optamos por sucos de fruta, achocolatado e iogurte de morango. Durante a exibição do filme fiz pipoca e distribuímos saquinhos com balas de morango.

Foi tocante ver os olhinhos daquelas crianças brilhando diante da mesa repleta de gostosuras e pensar que são poucas as oportunidades que elas tem de participarem de um evento dedicado somente a elas. Ainda mais porque são crianças que possuem uma situação social tão desfavorecida e para muitas delas esta instituição é a única provedora de alimentação durante os dias de semana, ou seja, é onde elas almoçam, lancham e jantam.

Infinitos foram os sorrisos, os beijos e os agradecimentos dessa garotada que tem a sorte de participar desse projeto que é tocado por padres tão dedicados que além de comida e reforço escolar, oferecem belas lições de educação e amor.

Comidinhas para o Giovani Cuori - Parte 1

Para a última assembléia do Giovani Cuori preparei alguns comes... algo bem simples, mas muito saboroso.

Era estimado que aproximadamente 15 pessoas participariam dessa reunião e precisaríamos montar um cardápio para o lanche da tarde. Como se tratava da reunião de uma associação italiana, foi uma preocupação minha escolher as receitas que privilegiassem as cores vermelho, verde e branco.

Aproveitei que ainda tinha farinha de castanha que trouxe em minha última ida para a Itália e decidi fazer castagnaccio (que particulamente adoro!!!). Para fazer charme, montei bandejas com pedaços cortados em formato de estrela tamanho canapé para facilitar o serviço. Ficaram lindinhos!

Me lembrei que uma outra vez fiz sardella do meu super caderno de receitas e tinha sido um sucesso. Repeti a fórmula e comprei um pão italiano grande. Seguindo o padrão canapé, cortei as fatias com um aro redondo pequeno e as coloquei em um cesto de pão com o fundo em celofane verde.

Fiz também caponata com alguns legumes fresquinhos da feira. Usei pimentões amarelos e uvas passa claras, que causaram um efeito visual bem bacana.

Outra coisa simples de se fazer e que costuma ser sucesso garantido é a combinação de damasco com queijo gorgonzola. Tão simples quanto são as jarras com água aromatizada. Escolhi colocar rodelas de limões tahiti e de laranja bahia, ramos de hortelã e capim santo. Ficou bonito e refrescante!

Bem que tentei, mas como não tive tempo, acabei comprando pronto mesmo os grissini de parmesão (garanto que os meus são melhores!) e a alicella. Para a lembrancinha, montei saquinhos com bombons Ferrero Rocher.

Fiz a seguinte receita para o castagnaccio:

500g de farinha de castanha
700ml de água
Raspas de uma laranja bahia
Nozes picadas e uva passa a gosto
Azeite extravirgem para untar e finalizar
Folhas de alecrim

Misturar tudo e colocar em forma média untada com azeite (deixar baixinho) . Enfeitar com nozes, uva passa e alecrim. Finalizar com um fio de azeite. Assar à 180ºC por aproximadamente 50 minutos ou até estar completamente cozido (espetar o palito de dente).

Receita de Moqueca Capixaba

2 kg de peixe fresco (badejo, papaterra, pargo e robalo)
1 maço de coentro fresco
1 maço de cebolinha
2 cebolas pera grandes picadas
5 tomates carmem em rodelas
2 limões tahiti
2 colheres de sopa de óleo de soja
1 colher de sopa de azeite de dendê
Urucum, sal e pimenta a gosto
Limpe o peixe, corte em postas e tempere com sal e limão. Marinar por uma hora. Aquecer uma panela de barro grande (indispensável para obter o sabor característico), adicionar o óleo de soja, o azeite de dendê e suar a cebola. Adicionar metade do tomate, da cebolinha, do coentro e do urucum. Colocar as postas e acrescentar o restante dos temperos e do tomate. Cozinhar em fogo brando com a panela tampada por aproximadamente 12 minutos ou até o peixe estar completamente cozido. Adicionar o sal e umas gotas de limão e servir.

Espírito Santo: um roteiro gastronômico

Passei as minhas últimas férias no Espírito Santo. Por que resolvi ir para lá? Simples. Quando tive o módulo de cozinha brasileira estudei sobre a cozinha deste estado pouco conhecido por muitos de nós paulistanos. E lá pude conhecer muito de seus encantos. A começar pelo fato deles possuirem os melhores pescados e frutos do mar do Brasil.

Logo que desembarquei em Vitória, minha primeira preocupação foi encontrar as famosas panelas de barro capixabas. Consegui comprá-las no trajeto Vila Velha - Guarapari, na Rodovia do Sol. E desacreditei no valor: comprei 5 panelas pela bagatela de R$ 40,00! Ah, acabei comprando também um jogo com 4 galinhas d' angola para a minha coleção (pois é, sou apaixonada por galinhas d'angola :-)

Fiquei hospedada em uma pousada muito charmosa na Enseada Azul, próxima à Meaipe, local onde fica o mítico Guaramare, considerado o melhor restaurante de pescados do Brasil. Infelizmente não consegui comer lá pois eles somente abrem quando há uma reserva para 10 pessoas no mínino. Um dado interessante é que o restaurante fica dentro da casa do proprietário.







Em compensação, pude comer moquecas maravilhosas no Gaeta e no Cantinho do Curuca. Provei as moquecas de peixe e camarão, e a de lagosta. Elas custam em torno de R$ 80,00 e servem 2 pessoas. São deliciosas! E vem acompanhas de moquequinha de banana da terra, arroz e pirão de peixe.





Outra frustação que tive nesta viagem foi não ter comido o bolinho de camarão e aipim da Zezé... como fui durante a baixa temporada a barraca estava fechada.



Esta viagem foi pontuada por diversas surpresas agradáveis. A começar pela porção de peixe, camarão, lula e banana da terra que comi na Barraca do Mineiro, na praia da Cerca. Tudo muito fresco, crocante e saboroso.





Aproveitei a minha estada em Guarapari para uma esticada até o Parque Estadual da Pedra Azul. Foi um passeio lindo. Lá ouvi falar sobre o roteiro de Agroturismo de Venda Nova do Imigrante.

Lá pude provar o Soccol (espécie de embutido feito com o lombo do porco) e acompanhar seu processo de produção, visitei o alambique da cachaça Teimosinha (considerada a melhor cachaça do ES) , comprei uma garrafa (é lógico!), comi biscoitos de nata com recheio de goiabada que derretiam na boca, encontrei shitake em conserva, tomei iogurte caseiro, comi lombo defumado e não resisti aos sabonetes feitos com leite de cabra.

Passei os últimos dias em Itaúnas, vila de pescadores que fica na divisa com a Bahia. Lá comi risoto de sururu (espécie de molusco) e frutos do mar no Restaurante do Ciçinho, PF's com peixe frito e banana da terra no Dona Pedrolina e no Tia Teresa. Comida simples, mas muito bem feita e saborosa.



Ah! Em Itaúnas tomei sorvete de arroz doce e tapica no Mc Dunas. Na única sorveteria de lá podem ser encontrados muitos outros sabores bastante peculiares.

Esta certamente será uma viagem que ficará em minha memória como lugar lindo, onde pude conhecer pessoas e uma cozinha muito interessantes.

Uma noite fria pede... fondue e vinho!

No sábado passado recebi dois casais de amigos para o jantar. Estava diante de um dilema: o cardárpio. Quando fazemos um curso de gastronomia adquirimos um extenso repertório de receitas e aí fica difícil decidir entre tantas coisas gostosas que aprendi a fazer.

Uma coisa já estava definida: os vinhos a serem servidos. Como se tratava de uma pequena comemoração pela promoção do Eduardo, resolvemos lançar mão de dois vinhos maravilhosos que tínhamos aqui em casa: um Brunello de Montalcino da Fattoria dei Barbi 2003 e um Icewine Inniskillin 2006.

Como tem feito bastante frio, resolvi matar a saudade de um prato que adoro nesses períodos de baixa temperatura: o fondue. Dei uma conferida em meu super caderno de receitas, fiz uma listinha de compras e fui ao supermercado.

Como estava sem vinho branco em casa, aproveitei para comprar uma garrafa de Torrontés 2009 do Club des Sommeliers para entrar na elaboração do fondue de queijo. Escolhi este vinho porque quando estive na Expovinis deste ano ele foi uma grata surpresa que conheci no estande da vinícola argentina Bodegas. O vinho estava tão bom que acabei servindo o restante da garrafa antes de nos sentar à mesa para o jantar.

Executei as seguintes receitas:

Fondue de queijo (para 6 pessoas)
750g de queijo gouda
3 xícaras de vinho branco
1 dente de alho
Sal, pimenta e noz moscada a gosto
Fazer uma pasta com o dente de alho e um pouco de sal. Misturá-la ao vinho na panela e levar ao fogo até ferver. Adicionar o queijo picado, temperar e esperar o queijo derreter completamente.
Colocar no rechaut e servir com pão italiano em cubos e salame fatiado.

Fondue de chocolate (para 6 pessoas)
300g de chocolate amargo
175g de creme de leite fresco
5 colheres de sopa de licor de sua preferência
Aquecer o creme de leite e adicionar o chocolate picado. Misturar até derreter. Acrescentar o licor e levar ao fogareiro.
Servir com frutas picadas (optei por uvas chilenas, caqui chocolate e banana prata).

Fiz uma besteira: dei sem querer um choque término na mistura de chocolate e o meu fondue desandou... tive que apelar para as misturas prontas :-)))

No fondue de queijo adicionei um pouco de creme de leite fresco para a mistura ficar mais cremosa. O sabor ficou ótimo!

Esta é a primeira vez que escrevo em meu blog... são tantas coisas que quero compartilhar que nem sei por onde começar...

Começarei recapitulando o motivo que me levou a criar este blog: a decisão de abandonar uma carreira no mundo corporativo e passar a fazer o que realmente gosto: cozinhar. Confeço que não foi nada fácil jogar para o alto a oportunidade ganhar uma boa grana trabalhando para uma grande multinacional e me aventurar a tocar um negócio próprio, mas a cada tenho mais certeza que fiz a escolha certa.

Fiz a minha segunda faculdade e no final do ano passado me formei em Gastronomia. Lá pude me profissionalizar e aprender diversas técnicas culinárias. Fiz muitas amizades e espandi meus horizontes para o mundo da gastronomia.

Este blog servirá como uma vitrine de tudo o que ando fazendo em minhas andanças por aí ou nos limites de minha cozinha.